FIOS...

Para viajar no tear, é preciso pouco, é só colorir. Pra isso a fuga e o encontro pelas cores. O quê não pode faltar em nenhum atelier: fios. Fios dos mais variados materiais, cores e fiações. Muito torcidos, pouco torcidos, meio emaranhados, naturais, artificiais,quentes ou frios, leves ou pesados....sempre mais e mais fios. Dou preferência ao trabalho com algodão e lãs artificiais. Primeiro porquê são de boa qualidade, grande variedade e facilidade de se trabalhar, segundo, porquê são na sua maioria ecologicamente corretos. Ao longo do tempo em que venho tecendo, chego aos poucos à conclusão de que não existem desculpas ecológicas para a utilização de fios de animais somente. Os de fabricação em grandes fábricas não nescessariamente são produzidos por fábricas que poluem o ambiente e possuem a vantagem de não explorarem animais em sua criação. A originalidade da tecelagem, tem como materia prima e todo o mundo a utilização de lãs animais, o que garante uma durabilidade maior do trabalho, e uma valorização do mesmo em termos de venda, eu pessoalmente já trabalhei com fios animais e o resultado é realmente satisfatório, mas por enquanto, minha opção ecológica continua a mesma: tecer principalmente o algodão e lãs artificiais, além é claro, do reaproveitamento de outros materiais, como tecidos dos mais variados tipos, em retalhos e tiras, restos de fios já utilizados por mim mesma, doados por amigos e conhecidos,ou ainda, os que originalmente teriam utilidades outras que não na tecelagem, mas que no decorrer da história dessa arte se tornaram clássicos (principalmente no Brasil), como a Juta e o Cizal. O mergulho no mundo dos materiais para se tecer é uma viagem à parte, com certeza......e a utilização de fios artificiais e restos de materiais não perde em nada para os de exploração animal em poesia, beleza e criatividade.....;-)